terça-feira, 21 de maio de 2019

A congregação que chama pode entrar em contato com o pastor a ser chamado?

      De certa forma esta pergunta já está respondida em "Depois que recebeu o chamado, como o pastor faz?" e "Como vocês escolhem seus pastores?". Inclusive com referência ao Regimento da IELB.
      Não está claro no Regimento (Art. 80) se o contato que a congregação fizer ao (ou aos, no caso) pastor indicado para a Assembleia de chamado seria prévio, ou posterior à Assembleia.
      Veja citação de um dos posts citados acima:
      No processo de chamado, o pastor poderá ser entrevistado pela congregação, para conhecimento mútuo;" aconteceria antes da assembleia de chamado ou depois dela. Como o ponto seguinte é "após receber o chamado... o pastor poderá visitar a congregação que o chamou". Se pode supor que a entrevista seria via formulário ou outra forma como email, precedente à Assembleia.
      Tem se multiplicado a prática de contactar os indicados antes da assembleia para que eles concordem ou não em concorrer. A ideia é eliminar da votação aqueles que já têm certeza que não vão sair do lugar onde estão servindo atualmente. Tal pergunta constrange o pastor e pode atrapalhar seu atual trabalho, por isso deveria ser evitada.
      Mais do que uma resposta, são reflexões sobre o tema.
      Mas vamos tentar clarificar a coisa:
  1. Pra que seria o contato?
    1. Pra evitar que se mande chamado (o que demanda tempo sem pastor) para alguém que já sabe que não vai aceitar?
      1. Eu conheço casos de quando consultaram o pastor, ele disse para não deixar o nome, pois não pretendia sair. O processo andou e, cerca de 2 meses depois, a congregação resolveu chamar aquele pastor, mesmo que tenha dito não. Mas agora o chamaram sem consultar. O pastor recebeu o chamado e aceitou, tendo ficado diversos anos muito felizes e produtivos naquela congregação.
      2. Isso só para exemplificar que o perguntar antes tenta, mas, de fato, não resolve nada. Cria uma ilusão e adiciona ansiedade desnecessária ao processo, para todas as partes: pastor e família, congregação que chama e congregação na qual o pastor está.
    2. Para saber a forma de trabalho do pastor? Isso é importante.
    3. Para saber se é músico? Importante, dependendo do que se pretende e de onde vá trabalhar. Mas o pastor é pastor, independente se for músico. Aliás, é mais barato e mais prático, contratar um músico profissional que trabalhe na congregação e se ocupe só disso. A música renderia muito mais do que com um pastor que terá entre suas inúmeras tarefas, ainda a música. A música é muito importante, mas o pastor deve ser estudioso da Palavra e pregador desta. Isto é o mais importante, o resto (inclusive a música) é secundário.
    4. Para saber se sua esposa ajuda na igreja? Isso é errado. A esposa do pastor é uma serva como todas as outras e desempenhará seu trabalho na igreja, de forma similar. Algumas são mais ativas na igreja (até por seus dons), outras são mais retraídas. Cada uma é diferente e não se deveria exigir da esposa algo para o qual ela não foi "chamada".
    5. Tem mais motivos? Fale nos comentários ou ao lado no formulário, e vamos atualizando as respostas.
  2. Como seria feito o contato?
    1. E-mail? Telefone? Visita pessoal ao pastor? Visita pessoal do pastor ao local de chamado?
      1. Da visita: Observe-se que por dedução ao Art. 80, pois falta clareza, este contato seria posterior ao chamado. Mas isso é por inferência, já que o Art. 80, III, fala "depois do chamado" o pastor poderia visitar. Deduz-se daí que antes do chamado "não poderia". E poder, não significa que deve...
      2. O questionário. Se para "conhecimento" a congregação resolver fazer um questionário com o pastor (estão muito populares atualmente)...
        1. O pastor pode se negar a responder?
        2. O negar-se a responder vai ser entendido como liberdade do pastor ou como "vontade de não ir"?
        3. E, se responder, o pastor pode fazer também um questionário para a congregação? Exemplo:
          1. Qual é a formação dos líderes?
          2. Quantos colocam a mão na massa?
          3. Quem está presente nos cultos (qual a porcentagem de frequência)?
          4. Espera-se que o pastor faça todo o trabalho ou há quem participe? Músicos, visitadores, líderes de estudo bíblico?
          5. Qual a participação nos cultos dos membros da diretoria? Estão em todos, ou estão na "média nacional"?
          6. E por aí vai...
  3. Como fica a congregação atual, sabendo que seu pastor está em contato com outra congregação para, talvez, aceitar novo chamado?
    1. A congregação atual aceitará bem esta possibilidade? Pense na sua congregação, se está feliz com o atual pastor, ficaria feliz em saber que outra congregação o "está tentando tirar"?
    2. Não viraria uma briga de "quem oferece melhores condições"?
    3. A congregação compreende que todos os pastores podem, a qualquer momento, receber um novo chamado?
    4. A congregação que chama, entende, que o pastor aceitando concorrer e respondendo a um formulário NÃO ESTÁ DIZENDO PREVIAMENTE QUE ACEITA O CHAMADO?
  4. Como fica a congregação que chama, após...
    1. ... manter contato antes da assembleia para perguntar se o pastor aceitaria concorrer...
    2. ... levar esta informação para a Assembleia (e com isso normalmente vai a suposição de que "se aceitou é porque quer vir)...
    3. ... enviar o chamado ao pastor...
    4. ... esperar cerca de 30 dias para ter a resposta e...
    5. ... o Pastor decidir não aceitar?
    6. COMO FICA? Que sensação resulta deste processo? Desânimo? Desalento? Chateação com o pastor, pois "se não queria, por que não disse logo"?

      O processo de chamado é algo melindroso. Pode fazer a igreja e o pastor crescer, bem como pode gerar uma estresse e uma ansiedade desgastante e desnecessária.
      O ideal (se é que isso existe) seria não contatar o pastor, nem para "adiantar o processo". Continuemos confiando em Deus, que agirá por meio da congregação e colocará um servo fiel ali também novamente. Se isso demorar um pouquinho, pode ser uma oportunidade para muitos darem o devido valor ao ministério em seu meio. Também pode ser a oportunidade de aparecerem novas lideranças, como no passado, antes de haver pastores em nossa igreja do Brasil.


O regimento da IELB é o de 2019, ele é sempre atualizado, portanto consulte sempre o mais atual. Estatuto e Regimento da IELB.

Veja (2019, o mais atual está no link anterior:
Estatuto da IELB, Art. 17, XIV, XV e XVI,
Regimento da IELB, Art. 80, I, III; Art. 82, 83; Art. 110, X, XI; Art. 122, XI

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