terça-feira, 14 de maio de 2019

Quanto tempo o pastor deve ficar na congregação?

      Talvez esta seja uma das perguntas mais recorrentes entre pastores e entre os membros da Igreja Evangélica Luterana do Brasil...
      Uma vez que o "Chamado" é por tempo indeterminado (Confira abaixo a referência ao Regimento), não há "previsão legal". A menos que seja comissionamento, pois este, que é prerrogativa da Diretoria Nacional, é, por em princípio, por tempo determinado.

      E não tem resposta pronta.
      Não há um "tempo ideal". E também não existe uma regra eclesiástica escrita ou doutrina para identificar este tempo de permanência. Pretende-se seguir o bom senso a partir do ensino Bíblico geral sobre o Ministério...
      É um campo no qual pode haver discussão e orientação. Mas biblicamente não há ordem nem proibição.
      Existem tempos previstos para algumas funções e mesmo recomendação antes de entrar no seminário. Por exemplo, para ser presidente da IELB, o pastor precisa ter, pelo menos, 15 anos de experiência como pastor filiado e ativo (Art. 15, VII, §3º), por isso, como estão na linha sucessória, o mesmo critério de tempo se estende aos Vice-Presidentes de Ensino e Expansão Missionária.

      Na prática...
      O que é pouco tempo? Quanto seria muito tempo?

Observe-se que a cerca de 2 anos a IELB, em Convenção Nacional, decidiu que há um tempo mínimo para a permanência do pastor em algum local, sito já foi alterado no Regimento. O tempo mínimo é de 4 anos. Contudo, se há dificuldades, tanto a congregação, quanto o pastor devem procurar o presidente da IELB para conversar, sempre sobre a graça de Deus e a orientação da Palavra.

      Já vi pastores que ficaram pouco tempo(?) e estavam certos em sair, porque o trabalho não estava "rendendo" e acabavam sofrendo. Claro que sua família e a própria congregação sofriam juntas com ele.
      Daí vem a triste decisão de sair, mesmo sem chamado para outro lugar, para o bem próprio e da família e da congregação que deixará para trás. Acontece. E, infelizmente, tem acontecido com maior frequência...

      Já vi também pastores se aposentarem, depois de 30 anos em um lugar, deixando uma congregação viva, feliz e, certamente, triste porque finalmente seu pastor precisa mesmo deixar o ministério ativo naquela congregação. Pois se dependesse da vontade da congregação, ainda permaneceria no bom trabalho.

      E já vi também pastores que ficaram mais de 20 anos e, quando saíram, suas congregações de há muito queriam ter um pastor diferente em seu meio, pois sentiam que o pastor estava com dificuldades em cumprir tudo o que se esperava dele naquela congregação. Mas, por amor e respeito, ficaram com seu pastor, até que finalmente aposentou-se ou recebeu novo chamado...

      Quando escrevo esta resposta, já estou a 7 anos, 10 meses e 20 dias (hoje, em 12 de dezembro de 2023, estou a 12 anos, 4 meses, 2 semanas e 4 dias) servindo como pastor da Castelo Forte, de Nova Venécia, ES.  E tenho percebido algumas coisas que antes não tinha percebido, pois nunca permaneci tanto tempo servindo num mesmo local.
      Algumas coisas o pastor só poderá participar depois de um tempo. Agora, muitas crianças que estão na Castelo Forte (nesse período) já foram batizadas por mim. Outras foram confirmadas e acompanhei ou acompanho com jovens. Jovens que acompanho seus pais angustiados, quando da partida para outras cidades em busca de estudos... Já aconselhei muitos casais, que até por não me conhecerem, demoram a vir aconselhar-se. A confiança, mesmo que seja no pastor, não é algo automático...
      Mas à medida que vamos conhecendo a pessoa do pastor e seu ensino, nos sentiremos mais confortáveis para "desabafar" com ele, como Servo do Senhor. E isso, infelizmente (ou felizmente), não acontece automaticamente por causa do chamado. É um processo.

      Como não há um tempo específico, é bom o pastor também sempre ouvir os conselhos de sua diretoria, dos mais velhos da congregação e, se como eu, tiver a bênção de um emérito que é "uma mão na roda", ouça. Os mais jovens devem ser ouvidos também, claro, mas a perspectiva da juventude é mais imediatista... Tá funcionando isso, não tá aquilo, etc... Até por isso, a diretoria da congregação deveria ser uma mescla dos jovens e idosos da congregação, cada um ouvindo os outros.
      Como eu disse no início, não há resposta. Mas em raras exceções, se justifica a saída prematura (de 2 anos pra menos) de um pastor, do local onde ele está.
      Por minha avaliação, que pode estar errada ou pode mudar no futuro (você mesmo pode contar sua experiência nos comentários), o pastor que fica menos de 5 ou 10 anos, dificilmente conhecerá mesmo sua congregação. Conhecerá superficialmente... Terá passado por poucos problemas... Terá tido poucas oportunidades de estabelecer vínculos de confiança...
      É claro que pastores mais experientes também levam vantagem, pois por sua experiência, trazem de outros locais, situações que podem ser usadas em seu atual lugar...
      Que Deus abençoe todo o tempo que o pastor servir em uma congregação, seja pouco(?) ou muito(?).

Veja: Regimento da IELB, Art. 80, I, II

O regimento da IELB é o de 2019, ele é sempre atualizado, portanto consulte sempre o mais atual. Estatuto e Regimento da IELB.

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